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Vencedores/as da Mostra Nacional de Jovens Criadores já são conhecidos/as

Cada artista galardoado/a recebeu um prémio de mil euros.

04/12/2022

Os/As vencedores/as da edição de 2022 da Mostra Nacional de Jovens Criadores (MNJC) foram revelados/as sábado, dia 3 de dezembro, numa gala que teve lugar no Fórum Municipal Romeu Correia, em Almada. Esta iniciativa do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ) contou com as presenças de Selene Martinho, Vice-Presidente do IPDJ, da Presidente da Câmara Municipal de Almada, Inês de Medeiros, Rui Oliveira, Presidente do Conselho Nacional da Juventude e Jorge Barreto Xavier, Diretor Municipal da Câmara Municipal de Oeiras e antigo Presidente do Clube Português de Artes e Ideias.

Numa cerimónia conduzida por Beatriz Tavares, apresentadora do programa da RTP2 «Scroll», os/as 15 galardoados/as subiram ao palco para receber um prémio no valor de 1 000 euros. Terão também direito a uma entrevista publicada na plataforma do Gerador, 50% de desconto num curso à escolha da Academia Gerador durante um ano, uma assinatura como Sócio Gerador e um Cartão Jovem.

Dany Marques Ferreira venceu a categoria Arte Digital, com a obra «Plasticine», e na Arte Urbana a galardoada foi Giulia Yoshimura Pestana, com o trabalho «Ruderal». Pedro Lobo, com «Kinky Ceramics», foi o vencedor na área da Cerâmica, tal como Mariana Guerreiro Ferreira («Lessons in the Kitchen») na categoria Cinema. O prémio para Dança foi atribuído a Katarina Lanier («Call Me Three Times») e na Escultura, a vencedora foi Mab.ko, com a obra «Totem».
Na área da Fotografia, ganhou Guilherme Proença, com «Estudos sobre propriedade», e na Gastronomia, o vencedor foi Simão Jarro, com o trabalho «Atum na chapa acompanhado de um puré de batata-doce, cebolinhas caramelizadas e finalizado com um jus de cebola». Miguel Valente, com «se calhar alguém já falou disto», Clara Leitão, com «Lobacobra», e Catarina Lobo Vasconcelos Letria, com «Toca-e-foge», foram os/as galardoados/as nas categorias Humor, Ilustração e Literatura respetivamente.

Carolina Duran, Leonardo Moura e Mafalda Fidalgo («INTRA») venceram a categoria Moda, assim como Jónatas TOTA Pereira e EU.CLIDES («esquissofrénico») na Música. Na área da Pintura, o prémio foi atribuído a Inês Nêves, com o trabalho «Ferida que dói e Ferida que não se sente», e no Teatro a vencedora foi a Naiana Soares Padial, com a obra «As vidas miúdas e outras insignificâncias».

O evento encerrou com um concerto do músico Filipe Sambado.

Nos últimos três dias, mais de 100 jovens artistas tiveram as suas obras em exposição no Fórum Municipal Romeu Correia e no Centro Cultural e Juvenil de Santo Amaro, em Almada. A MNJC contou ainda com masterclasses, visitas guiadas temáticas, apresentações, performances e concertos.

A edição de 2022 da Mostra Nacional de Jovens Criadores foi organizada, pela primeira vez, pelo Gerador, plataforma portuguesa independente de jornalismo, cultura e educação, numa parceria com a Câmara Municipal de Almada.

A MNJC é o mais importante e alargado programa de estímulo à criação por jovens artistas em Portugal desde 1997. Arte Digital, Arte Urbana, Cerâmica, Cinema, Dança, Escultura, Fotografia, Gastronomia, Humor, Ilustração, Literatura, Moda, Música, Pintura e Teatro são as áreas artísticas abrangidas por esta iniciativa. A artista plástica Joana Vasconcelos, os escritores Valter Hugo Mãe e Gonçalo M. Tavares, os estilistas António Tenente e Maria Gambina e o compositor Manuel Durão são alguns dos autores que venceram edições anteriores.

Lista dos vencedores por categoria:

Lista dos vencedores da MNJC:

  • Arte Digital:

Dany Marques Ferreira
Obra: “Plasticine”
“Plasticine" apresenta-se num possível cenário de um museu de história natural, em que os seres (que se cruzam na interface natural/artificial) são fotografados por novas espécies não identificadas que se apresentam centenas de anos depois, testemunhando a influência extrema que o ser humano deixou no planeta após a sua extinção. A exploração, modificação genética e desprezo pelas necessidades da Mãe Natureza resultaram na extinção em massa de espécies e, consequentemente, a seleção das mais resistentes que têm agora uma aparência artificial e irreconhecível.

  • Arte Urbana:

Giulia Yoshimura Pestana
Obra: “Ruderal”
A obra é composta por uma pedra encontrada em entulhos, com uma das suas faces pintada com tinta acrílica. “Ruderal” é o título da obra, e também o nome dado às comunidades ecológicas que se desenvolvem em ambientes perturbados pela ação humana, retrata o suspiro de beleza e o símbolo de resistência da natureza perante o descanso humano. A pesquisa da artista através da arte urbana é redirecionar os olhares das pessoas para a vegetação sucumbida pela cidade, assim como as plantas ruderais, trazer cor e vida para os muros cinzas.

  • Cerâmica:

Pedro Lobo
Obra: «Kinky Ceramics»
O design tem um papel fulcral na mudança de mentalidades, devendo ser um agente disruptivo na nossa sociedade conservadora. Assim surge a coleção «kinky ceramics», que consiste em peças de tipologia tradicional, às quais são feitas modificações com artefactos de BDSM, usando o lado estético das mesmas, numa tentativa de desconstruir a barreira da aversão da sociedade, perante a cultura do fetiche. Aproveitando a plasticidade das peças cerâmicas, são aplicados objetos Kinky, que apresentam assim diversas deformações, como se fossem partes do corpo.

  • Cinema:

Mariana Guerreiro Ferreira
Obra: «Lessons in the Kitchen»
«Lessons in the kitchen» é um projeto documental, falado em italiano, que retrata as dificuldades de viver no estrangeiro. Enquanto vivia em Bruxelas, decidi gravar várias conversas dos meus companheiros de casa de modo a registar a minha experiência com outras línguas. Apesar de ser um idioma bastante idêntico ao nosso, havia muitos momentos em que sentia que estavam a falar uma língua totalmente diferente da nossa. Esta curta-metragem é o resultado de uma dessas gravações, onde a componente visual representa a minha própria interpretação ao ouvir esse áudio pela primeira vez.

  • Dança:

Katarina Lanier
Obra: «Call Me Three Times»
«Call Me Three Times» é uma peça que navega por entre fragmentos de estados oníricos e realidades de desejo. É uma exploração das fantasias possíveis e dos seus limites. Uma vez localizada e formulada uma fantasia, quais são as consequências de tornar esses sonhos palpáveis? Através de segmentos articulados com projeção de vídeo em direto, vídeo pré-gravado e ação ao vivo, a autora convida o público a explorar as múltiplas facetas das suas próprias interrogações e vulnerabilidades e a sua falsificação.
Este trabalho foi desenvolvido no âmbito do PACAP 5 – Programa Avançado de Criação em Artes Performativas.

  • Escultura:

Mab.ko
Obra: «Totem»
«Totem» é um conjunto de cinco esculturas feitas de papel, areia e acrílico. Cada escultura tem as suas próprias cores e padrões, conferindo-lhes um carácter único e distinto. As silhuetas geométricas fazem lembrar tanto estruturas arquitetónicas como figuras sagradas. De facto, ao desenvolver o vocabulário de sua própria mitologia, a artista constitui uma linguagem através de uma coleção de símbolos, ícones, santuários…Tal como os fetiches, estas esculturas de tamanho humano foram concebidas como objetos de proteção, emblemas sagrados, que convidam à contemplação.

  • Fotografia:

Guilherme Proença
Obra: «Estudos sobre propriedade»
«Estudos sobre propriedade» é um trabalho que surge de uma reflexão sobre o que é a posse. Quando falamos de posses, as questões que primeiro suscitam interesse são as de posses intelectuais, memórias e de identidade. Mas não serão também os objetos, fronteiras, gradeamentos algo que está intrinsecamente ligado a estas memórias? Num mundo onde cada vez existe mais conflito no que toca a posses, sejam estas pessoais, estatais, universais, encontramos aqui um compasso de pausa. Esta noção de pausa parece sempre provir de um elemento comum, a natureza, que olha com serenidade o progresso e regresso humano.

  • Gastronomia:

Simão Jarro
Obra: «Atum na chapa acompanhado de um puré de batata-doce, cebolinhas caramelizadas e finalizado com um jus de cebola»
Recorrendo a influências japonesas, procura utilizar produtos nacionais, mantendo a simplicidade da receita de forma a apostar na qualidade dos ingredientes. Prato pescetariano, o sabor agridoce do jus de cebola faz o fio condutor entre a doçura do puré e o atum, enquanto as cebolinhas assadas vêm reforçar a identidade do molho no prato. A pele de salmão traz mais vida e cor ao atum, mas também um elemento salgado e crocante ao prato. Atum na chapa acompanhado com puré de batata-doce e cebolinhas assadas, finalizado com jus de cebola.

  • Humor:

Miguel Valente
Obra: «se calhar alguém já falou disto»
«se calhar alguém já falou disto» é um projeto vídeo, dividido por temas, com raízes no meu receio de alguém já ter tido as ideias que eu tenho ou já ter dito o que eu vou dizer. Assim, decidi falar sobre as coisas que quero falar, mas enquanto faço algum tipo de atividade; porque se calhar alguém já falou de tais assuntos, mas não enquanto realizava essas atividades. No fundo, isto não é mais do que uma resposta ao trauma causado pelos programas de deteção de plágio da faculdade.

  • Ilustração:

Clara Leitão
Obra: «Lobacobra»
«Lobacobra» ilustra um ser inventado: parte cobra, parte loba ou cão. Este ser, grande o suficiente para engolir uma pessoa (e de dentição aterradora), é também uma fonte na qual três humanos se banham alegremente.
Esta «Lobacobra» pode, por um lado, ser vista como um monstro, mas também como um animal que nutre a vida ao fornecer água. E quanto à pessoa dentro da sua barriga, terá sido engolida ou será que está para nascer?
Nas minhas ilustrações procuro esta ambiguidade que é também frequente nas fábulas, onde o inédito, o cómico e o aterrador andam de mãos dadas com o poético e o maravilhoso.

  • Literatura:

Catarina Lobo Vasconcelos Letria
Obra: «Toca-e-foge»
«Toca-e-foge» é um conjunto de deambulações sobre sítios, sentimentos e os limites da memória.

  • Moda:

Carolina Duran, Leonardo Moura e Mafalda Fidalgo
Obra: «INTRA»
«INTRA» representa uma reflexão sobre o impasse, a dúvida e o bloqueio que sentimos num momento de pós-licenciatura. Um manifesto de oposição ao sistema individualista e capitalista da moda, assente em valores de partilha e comunidade, dividido em cinco momentos: formatação/ confronto/ desintegração/ libertação. A principal referência artística da coleção, a dança japonesa Butoh, baseia-se na ideia da anulação do próprio ego, unificando memórias negativas num ato de libertação coletivo. Esta tentativa de retorno assemelha-se à nossa condição atual, uma necessidade de regressar ao início, ao centro, ao interior (INTRA).

  • Música:

Jónatas TOTA Pereira e EU.CLIDES
Obra: «esquissofrénico:
O que é a canção de protesto no contexto português do século XXI? Que relevância tem essa atitude num contexto global de pluralismo quase absoluto e de digitalização a um ritmo frenético? "esquissofrénico" é uma possibilidade de resposta a estas perguntas. Canções despretensiosas, gravações de campo, lírica estilhaçada e inquiridora e uma vasta exploração de atmosferas, de texturas, de ressonâncias. Num processo audio-ecológico, aproveitamos as potencialidades composicionais que a reciclagem desse material aparentemente efémero nos oferece. Posto de forma simples, abraçamos o fragmento como produto acabado.

  • Pintura:

Inês Nêves
Obra: «Ferida que dói e Ferida que não se sente»
Ecoa já sem teleponto na consciência coletiva que o amor é cego, é morte, ou que a lágrima é o seu sorriso; que é ferida que dói e não se sente. O instinto de sobrevivência e rejeição à dor parece adormecer quando a causa é o amor. Dopamina e oxitocina anestesiam a pele, mas a mente não sara. Através do encontro afetivo e efetivo entre corpo e matéria, «Ferida que dói e Ferida que não se sente» reflete sobre a natureza viciante do amor e figura a capacidade do ser humano de deixar marca. Numa dança em que o corpo chega, marca, e se vai, restam apenas os rastros das suas carícias, inscritos no espaço e na memória.

  • Teatro;

Naiana Soares Padial
Obra: «As vidas miúdas e outras insignificâncias»
Uma misteriosa forasteira chega a um sítio em ruínas. Nelas descobre um circo abandonado onde encontra uma inusitada companheira: uma barata. A partir da complexa relação entre as duas, percorremos variadas emoções, através da poesia das coisas insignificantes, da parvoíce e de conflitos sobre relações de poder. Esta peça visual, que conecta o circo e a música através da linguagem do palhaço e do teatro físico, convida o público a participar ativamente da história que constrói.

Atualizado em: 07/12/2022

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